domingo, 15 de abril de 2018

Frio aumenta incidência de doenças respiratórias; saiba como se prevenir

Funga, tosse, espirra: basta começar o Outono, período em que a temperatura cai e a incidência de ventos e chuva aumenta, para que também se multipliquem os casos de doenças respiratórias e alérgicas. Mas, em Salvador, que mantém temperaturas altas até no Inverno, para além da variação do clima e da umidade, o maior número de pessoas doentes é consequência, também, de descuidos e de comportamentos comuns ao período chuvoso.
Segundo a médica alergista e imunologista Maria Cecília Freitas de Almeida, presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia da Regional Bahia (Asbai-BA), nessa época do ano, as pessoas tendem a se aglomerar em espaços fechados, sem circulação de ar, como ônibus e shoppings, o que favorece a contaminação. Além disso, o aumento da chuva provoca o crescimento de mofo na parede de casa que tem infiltração, deixando os alérgicos mais vulneráveis.
Com a universitária Pavllover Valadares,  27 anos, é o que acontece nesse período, quando suas crises alérgicas se tornam mais frequentes. “Costumo ter sinusite logo quando o tempo vira, principalmente quando tenho contato com poeira e mofo”. Ela conta que está doente desde o final de março, quando começou a tossir. Em abril, seu quadro piorou e chegou a ser diagnosticada com virose. Fez o uso de xarope, mas continuou mal.
Na semana passada, depois de sentir dores no corpo, febre e fraqueza, a estudante buscou um centro médico e teve que tomar soro e ficar em observação por duas horas. Diagnóstico: contraiu uma gripe. A mudança do clima e o contato com a poeira, somada à baixa imunidade devido à crise de tosse alérgica, facilitaram a entrada da doença.
Para a médica Maria Cecília, a gripe também pode ser porta de entrada para outras complicações respiratórias. Ela alerta que tomar chuva e ficar com as roupas molhadas, manter a casa fechada sem ventilação e com acúmulo de poeira, além do choque térmico, enfraquecem o organismo. “Salvador tem um clima instável, chove de repente e depois fica com sol. Isso expõe o corpo a diferentes temperaturas durante o dia”, explica. Esta imprevisibilidade pega as pessoas desprevenidas.
Doenças e prevenções
De acordo com a médica pneumologista Maristela Rodrigues Sestelo, as enfermidades respiratórias infecciosas, alérgicas e inflamatórias mais comuns nesta época do ano são gripe, resfriado, rinite, sinusite, asma, bronquite, faringite, amigdalite, otite e pneumonia.
Para se prevenir e evitar quadros de crise alérgica ou o contágio de qualquer tipo de complicação respiratória típica do Outono e Inverno, Maristela orienta que o primeiro passo é manter uma vida saudável. “Se alimentar bem, fazer atividade física, dormir direito, não fumar e beber bastante água são hábitos essenciais para a manutenção do sistema imunológico”.
Outra  orientação da pneumologista é evitar a ingestão excessiva de bebidas alcoólicas, que debilitam a imunidade. Além do álcool, o choque térmico é outro inimigo, reforça. “Sair da quentura da rua para um ambiente com ar-condicionado, ou se molhar e ficar no ar, por exemplo, debilita as vias respiratórias, que sofrem com as variações do ambiente”.
Para evitar essa variação térmica, Maristela orienta a sempre sair de casa prevenido: com uma roupa fresca, caso fique calor, e com casaco e guarda-chuva em mãos. Afinal, nunca se sabe quando pode chover na cidade. 
Para os alérgicos, lavar as narinas com soro fisiológico, manter o local onde dorme livre de poeira e de pelos de animais, não dormir de cabelo molhado, além de evitar o uso do ventilador, são pequenos passos para ficar longe das crises.
Antes de qualquer cuidado, no entanto, a imunologista Maria Cecília faz o  alerta sobre a necessidade de se vacinar: “A gripe é a porta de entrada para outras doenças respiratórias mais graves, como a pneumonia, que pode até matar. Por isso, a vacinação contra a gripe é fundamental para a prevenção”, recomenda.
Enfermidades mais comuns no outono e inverno
Gripe Dores na garganta e no corpo, mal-estar, moleza, febre alta, aumento da secreção nasal e catarro amarelado são alguns dos sintomas da gripe, que, se não tratada adequadamente, pode avançar para uma pneumonia.
Resfriado  Constantemente confundido com a gripe, o resfriado é um quadro viral mais brando. Os sintomas são coriza, nariz entupido, febre baixa, lacrimejamento dos olhos, secreção e catarro esbranquiçado.
Rinite alérgica  Os sintomas são nariz entupido, coriza, lacrimejamento dos olhos, coceira no nariz e espirros.
Sinusite  Infecção bacteriana, viral ou fúngica, a sinusite também pode ser desencadeada pelo agravamento de uma rinite. Os sintomas gerais são dores de cabeça, sensação de peso no rosto, nariz entupido, catarro amarelado ou esverdeado e mal-estar. Sua complicação pode provocar uma otite.
Otite  A otite é uma infecção de ouvido que pode ser desencadeada por sinusite ou  rinite. Os sintomas podem ser febre, dores de cabeça e no ouvido e até tontura. Em casos extremos, pode ocorrer a ruptura do tímpano e saída de secreção pelo ouvido.
Faringite  Mais frequente em pessoas que já removeram as amígdalas, os sintomas gerais da faringite são dor na garganta, tosse seca e rouquidão.
Amigdalite  A amigdalite é a inflamação das amígdalas. Dificuldade para engolir, febre, dor na garganta, tosse seca e dor na região exterior do pescoço são alguns dos seus sintomas.
Asma É uma doença de manifestação alérgica. Quem sofre de asma pode sentir falta de ar, tosse seca e chiado no peito.
Bronquite aguda  É a inflamação dos brônquios, causada por um vírus ou por bactéria. Os sintomas são tosse, secreção mais espessa com catarro amarelado ou esverdeado e dor no peito.
Pneumonia  É uma infecção bacteriana que atinge os pulmões e pode decorrer de complicações da gripe. Dores no tórax e no corpo, tosse seca com catarro, febre alta, moleza no corpo, mal-estar, cansaço, e até falta de ar podem ser manifestações da enfermidade.
Saiba como se prevenir
Vida saudável Para a manutenção do sistema imunológico, mantenha hábitos saudáveis, como uma alimentação equilibrada e a prática de atividade física. Beba muita água e durma bem.
Poeira e mofo Limpe a casa diariamente e o filtro do ar-condicionado periodicamente. Cuide de infiltrações, que propiciam o aparecimento de mofo e fungos. Evite almofadas, bichos de pelúcia e cortinas de tecido, que acumulam poeira. Mantenha a casa ventilada.
Aglomerações  Evite aglomerações em espaços fechados sem a circulação de ar.Essa convivência facilita a contaminação.
Narinas  Diariamente, lave o nariz com soro fisiológico. Assim como escovar os dentes, com a poluição do ar, é importante limpar as narinas.
Entenda o porquê  do aumento de casos de doenças respiratórias e alérgicas nessa época do ano
Aglomeração em espaços fechados Durante o período de chuva, as pessoas costumam frequentar locais fechados, como shoppings. A aglomeração de pessoas em um espaço favorece a contaminação de doenças respiratórias, principalmente as de origem viral, como a gripe.
Infiltrações  Nessa época chuvosa, muitas casas acabam absorvendo a água da chuva e as paredes ficam úmidas e podem ter infiltrações, ambiente propício para o crescimento de mofo e de fungos.
Variação do clima  Com um clima instável, Salvador pode amanhecer com sol e chover no final do dia ou vice-versa, expondo o corpo a diferentes temperaturas. Esta imprevisibilidade pega as pessoas desprevenidas, que podem ficar com as roupas molhadas da chuva, por exemplo.
Mofo e fungos Casa fechada e sem ventilação é ambiente propício para o acúmulo de poeira e mofo. 
Choque térmico Sair da quentura da rua para um ambiente com ar-condicionado, por exemplo, debilita as vias respiratórias, que sofrem com as variações do ambiente.

Outono aumenta casos de doenças respiratórias

A chegada do outono serve de alerta para quem sofre com doenças respiratórias. A época, caracterizada por tempo mais seco, por causa da diminuição das chuvas e clima ameno, pode trazer complicações sérias à saúde, mas que podem ser evitadas.
Pesquisa inédita realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) divulgou que, em 2015, quase metade dos brasileiros apresentavam doenças respiratórias. Aproximadamente 44% da população tinha diagnóstico de rinite, asma ou bronquite crônica. No entanto, a pouca umidade do ar pode acarretar problemas no aparelho respiratório até mesmo para quem não tem histórico dessas doenças.
“Em temperaturas mais baixas os vírus e bactérias reagem melhor, têm uma sobrevida. Além disso, nessas épocas, as pessoas tendem a se aglomerar”, comenta o médico otorrinolaringologista Renato Breda Bauab. 
A convivência em espaços fechados facilita a proliferação dos vírus e contaminação. “Uma pessoa doente em um local aglomerado, espirrando e tossindo no ambiente pode fazer com que as bactérias circulem entre os outros que estão no espaço”, avalia
Nestas épocas, é bastante comum aparecerem doenças que acometem o nariz e seios paranasais, conhecidas como rinossinusites, doenças da região da garganta, como laringites e faringites, e algumas mais graves, como bronquites e pneumonias. O médico explica que apesar de serem doenças distintas todas atacam todo o aparelho respiratório. 
Deste modo, é importante começar a prevenção desde já para blindar o organismo contra as patologias. No caso das crianças e idosos, os cuidados precisam ser redobrados. 
Prevenção
De acordo com o otorrinolaringologista, a principal recomendação é evitar locais de aglomeração. No trabalho ou espaços em que o indivíduo divide com outras pessoas, é importante deixar janelas e portas abertas para que o ar circule. É recomendado lavar as mãos com maior frequência nessas épocas e higienizá-las com álcool em gel para matar as bactérias. Depois de limpas, evitar colocá-las próximo à boca, nariz e olhos. 
Dentro de casa o indicado é separar toalhas, copos e talheres que estão sendo usados por alguém que esteja doente para prevenir o contágio. Apesar do tempo mais gelado, é preciso manter a residência aberta para diminuir as chances de proliferação do vírus. Além disso, há a possibilidade de ser imunizado contra a gripe. “Todo ano a vacina é fornecida pela rede pública para alguns grupos, nesta época de abril e maio, e talvez seja a principal maneira de prevenção das doenças respiratórias. É possível adquirir a vacina na rede particular”, acrescenta o médico.
Bauab ressalta que a incidência dessas doenças costuma ser maior nesta época do ano e alguns grupos, como crianças e idosos, são mais suscetíveis.  “Há alguns medicamentos que ajudam a melhorar o sistema imunológico, diminuindo a chance de a criança ficar doente. Mas são casos específicos.”

Remédio caseiro para bronquite

Um bom remédio caseiro para bronquite é tomar um chá com propriedades anti-inflamatórias, mucilaginosas ou expectorantes como o de gengibre, erva-doce ou malva, por exemplo, pois reduzem os sintomas como tosse, excesso de secreções e mal-estar geral.

Estes chás, embora possam ser usados para melhorar os sintomas, não devem substituir o tratamento indicado pelo médico, servindo apenas para complementar o tratamento e acelerar a recuperação. 

1. Chá de gengibre




Um bom remédio caseiro para bronquite, seja ela asmática, crônica ou alérgica, é o gengibre porque ele possui propriedades anti-inflamatórias e expectorantes que ajudam a desinflamar os brônquios e facilitar a retirada das secreções.

Ingredientes
2 a 3 cm da raiz de gengibre
180 ml de água

Modo de preparo

Coloque o gengibre numa panela e cubra com água. Deixe ferver por 5 minutos, apague o fogo e tape a panela. Quando esfriar, beba após coar. Tome 4 xícaras deste chá durante o dia, nos períodos de crise, e apenas 3 vezes por semana, quando for para prevenir as crises de bronquite.
2. Chá de erva-doce



Outro excelente remédio caseiro para bronquite com erva-doce é tomar este chá porque ele possui propriedades expectorantes que auxiliam na retirada das secreções.

Ingredientes
1 colher ( de chá) das sementes de erva-doce
1 xícara de água fervente

Modo de preparo

Colocar as semente na xícara de água fervente e deixar repousar por 10 minutos. Coar e beber morno, de 3 a 4 vezes ao dia.

3. Chá de malva



Um outro bom remédio caseiro para bronquite é tomar o chá de malva porque ele possui propriedades mucilaginosas que acalmar a irritação da mucosa, diminuindo o desconforto causado pela doença.

Ingredientes
2 colheres (de sopa) de folhas secas de malva
1 xícara de água fervente

Modo de preparo

Adicionar as folhas de malva à água fervente e deixar repousar por 10 minutos. Coar e beber 3 vezes ao dia.

O tratamento clínico da bronquite pode ser feito com o uso de medicamentos receitados pelo médico pneumologista. Normalmente, este tratamento dura 1 mês, mas há casos de bronquite crônica que perduram por 2 anos ou mais. Em todo caso, a toma destes chás pode ser útil e facilitar a cura da doença.

Confundida com bronquite, asma atinge 40 milhões de brasileiros e pode matar

Chiado, sensação de aperto no peito e falta de ar são os sintomas mais comuns de asma e bronquite. As duas doenças, que são bastante comuns no inverno, costumam confundir os pacientes na hora de procurar o devido atendimento médico, o que pode ser fatal nos casos de asma. Para conscientizar a população sobre a doença, que acomete cerca de 40 milhões de pessoas só no Brasil, hoje (21) é lembrado o Dia Nacional do Controle da Asma, como explica o pneumologista e professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo Mauro Gomes.
— O nome correto da asma é asma brônquica e, por isso, é comum que seja confundida com bronquite. Mas não se trata da mesma doença e é muito importante que pacientes compreendam as especificidades de cada uma, para que possam procurar o tratamento medicamentoso e os hábitos mais adequados para cada quadro.
A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas que prejudica o fluxo de ar que entra e sai dos pulmões, provocando falta de ar e chiado no peito. O desenvolvimento da doença costuma estar associado a uma causa genética, ou seja, algumas pessoas apresentam uma predisposição a desenvolvê-la e, ao entrarem em contato com fatores que sensibilizam as vias aéreas, como ácaros, pólen e pelos de animais, ela pode se manifestar.
É importante lembrar que a doença é crônica e que as crises são apenas uma manifestação pontual. No Brasil, grande parte da população apresenta problemas respiratórios, seja por fatores climáticos, de poluição ou de hábitos, como o fumo e o uso amplo de fogões a lenha em algumas regiões. Segundo o especialista, geralmente os portadores de asma não a tratam como deveriam.
— O maior problema  é que os pacientes não veem a doença como crônica e acham que ela só acontece durante as crises. Se tratar, evita-se a crise e pode ter uma vida normal, praticar esportes etc. 30% dos medalhistas olímpicos começaram a praticar esportes porque são asmáticos, como o nadador Gustavo Borges.
De acordo com o especialista, existem dois tipos de tratamento para a asma.
— Na crise aguda, a base do tratamento são remédios que dilatam os brônquios, os chamados broncodilatadores. Fora da crise, são utilizados medicamentos de manutenção e prevenção, com anti-inflamatórios. Todas essas substâncias são administradas para dentro dos brônquios por meio de inalação, seja por aparelhos conhecidos como bombinhas, sprays ou inaladores tradicionais. O tratamento deve ser feito todos os dias. Já durante as crises, o paciente utiliza outros remédios.
Alguns pacientes chegam a ser internados em casos mais graves e muitos morrem, afirma Gomes.
— Entre 15 e 20% da população tem asma no Brasil, o que corresponde a cerca de 40 milhões de pessoas, mas só 9% mantém a doença sob controle, com tratamento regular. Se não tratar, a asma mata. Só no Brasil, três pessoas morrem por dia por causa da doença.
Gomes explica que existem cinco graus de asma. Em casos mais graves, a pessoa precisa, inclusive, tomar injeções 1 ou 2 vezes por mês e são bem caras. O paciente precisa desembolsar de R$ 3 mil a R$ 6 mil reais por mês, pois são medicamentos de alto custo e não há respaldo do poder público. Mas isso corresponde a apenas 2,3% dos casos.
— Em média, os medicamentos para manutenção custam R$ 60. Porém, no Estado de São Paulo, por exemplo, o governo disponibiliza remédios de forma gratuita para tratar a doença. Ou seja, não é por falta de medicamento que as pessoas não se tratam. Quem precisa do medicamento preenche um formulário e recebe mensalmente a sua cota de medicação para fazer a manutenção.

Quando devo procurar o médico em caso de bronquite?


A causa da bronquite é na maioria das vezes viral, mas há algumas medidas que podem ajudar a criança. 

Uso de broncodilatadores, fisioterapia respiratória e providências para fluidificar ("amolecer") as secreções são algumas das opções. Eventualmente, o médico pode receitar uso de corticoides ou antibióticos para combater uma eventual infecção secundária. 

Procure atendimento para confirmar que se trata mesmo de bronquite. (Também consulte o médico se seu filho tiver menos de 6 meses e apresentar sintomas de bronquiolite.) 

Ao examinar seu filho, o médico vai auscultar os pulmões dele com o estetoscópio. Ele também pode medir a quantidade de oxigênio no sangue usando um pequeno aparelho preso nos dedinhos da criança. 

Não é incomum o médico pedir uma radiografia do peito para descartar uma pneumonia

Procure atendimento imediatamente se notar desconforto respiratório da criança que vai piorando, respiração ofegante, tosse e falta de ar quando ela faz algum esforço.